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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Palavras do Gen Ex HELENO, por ocasião da passagem de função, do Gen VILELA para o Gen FACIOLI, no dia 30 de março, no QGEx, em Brasília.

“ANTES DE CUMPRIR O SCRIPT GOSTARIA DE APROVEITAR O MOMENTO E A DATA PARA REVERENCIAR OS COMPANHEIROS QUE AJUDARAM A DERROTAR A LUTA ARMADA E IMPEDIRAM QUE O BRASIL SEGUISSE O EXEMPLO DE CUBA, DA CORÉIA DO NORTE, DE ANGOLA, DA ALBÂNIA E DA UNIÃO SOVIÉTICA.

HOJE, FORA DO CONTEXTO, É FÁCIL FALAR SOBRE ABUSOS NA LUTA CONTRA A SUBVERSÃO.

COMO DEVERIAM TER AGIDO AS FORÇAS LEGAIS ?

NA COLÔMBIA, “COINCIDENTEMENTE”, A GUERRA SUBVERSIVA SE INICIOU À MESMA ÉPOCA DA QUE AQUI ECLODIU.

QUANDO SURGIRAM OS PRIMEIROS FOCOS DE GUERILHA, O ESTADO COLOMBIANO VACILOU EM TOMAR DECISÕES DURAS.

O RESULTADO SÃO MAIS DE 40 ANOS DE GUERRA CIVIL, QUASE 50.000 MORTOS, QUASE 200 VEZES MAIS DO QUE AQUI.

SAIBAM, OS QUE NOS CONDENAM, MUITOS DELES EX-TERRORISTAS E EX-GUERRILHEIROS, HOJE OCUPANDO ALTOS POSTOS DA REPÚBLICA, E QUE JAMAIS DEFENDERAM IDEAIS DEMOCRÁTICOS, QUE NOSSA PAZ TEVE UM PREÇO. ELA É UM LEGADO DAQUELES QUE CUMPRIRAM SUA MISSÃO E NÃO FUGIRAM AO DEVER, NEM À LUTA. “

2 comentários:

  1. É curiosa essa “matemática da morte” usada como justificativa para o exercício da violência por parte do Estado. Como se a vida fosse facilmente quantificada, fico imaginando como se decide por desencadear “a luta” agora para se ter “a paz” no futuro. “Luta” e “paz”, nesse contexto, tem significados muito profundos.

    Só para analisarmos o quanto trata-se de uma matemática torta, perguntemo-nos qual seria nosso posicionamento, se um pai ou mãe nosso estivesse envolvido na guerrilha (e aqui, sem recorrer a provas históricas, vou admitindo que a guerrilha existiu nos moldes que o senhor General nos diz). Com que horror veríamos essa conta, de “200 vezes mais”, caso um ente nosso estivesse entre os mortos e torturados?

    Ora, mas não foi o regime que oficialmente determinou que tais atos ocorressem, argumentam. Nós, militares, sabemos bem quais condutas e quais procedimentos levam a quais conseqüências. Salvo os casos patológicos, temos consciência dos mecanismos de controle e de influência na conduta de uma tropa em serviço. E a tropa sabe quando por trás de palavras aparentemente bem intencionadas existem objetivos inconfessáveis.

    Com a mesma força que o golpe de 64 tomou o poder, poderia também colocar o respeito à vida como sua prioridade.

    Se concordarmos que pessoas podem ser torturadas e mortas para poupar vidas futuras num regime que estava se impondo, é quase concordar com a prática dos grupos de extermínio, que sempre justificam seus atos na contraposição do “bem” contra o “mal”, apesar de sabermos que o interesse dos “grupos” é o poder, poder local sobre e com o crime. Não seria esse o ponto de vista dos responsáveis pelos atos perversos do pós-64?

    Por fim, me declaro opositor de qualquer ato atentatório à dignidade da pessoa humana e à vida por parte, também, da chamada “esquerda”. Caso o foco não fosse o poder, e a vida fosse tratada como inviolável, não teria existido golpe, não teria existido guerrilha. Discordo, pois, do Senhor General – mesmo não tendo vivido aqueles tempos – pois discordo da tese maquiavélica de que “os fins justificam os meios”.


    Danillo Ferreira - Aspirante-a-oficial
    1º BPM
    www.abordagempolicial.com

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  2. Creio ser muito frágil nos posicionarmos a favor ou contra atitudes tomadas no passado, pois não estávamos lá para saber o que regia a atitude de cada um; não fomos testemunhas oculares para sentir na pele o que cada lado intencionava com suas atitudes irracionais para nós hoje. Che Guevara era um médico, "bem intencionado" e que muitos o exalta na atualidade, porém, poucos conhecem a sua real maneira de conduzir a sua missão revolucionária. Não se fala em quantas vidas inocentes foram ceifadas por ele em nome de um idealismo, que hoje, acredito ter sido inócuo.Inócuo pois o seu próprio "amigo" Fidel não levou avante o tal socialismo na prática. É fácil condenar estando sentado numa cadeira em frente a uma mesa e analizando tudo à luz da "Lei" fria, dizendo que discorda que os fins justifiquem os meios.
    Toda questão é: Como estaria o nosso País hoje se os nossos "bravos guerrileiros" vencecem a cruél tropa do mal? (o nosso Exército Brasileiro);
    Será que seríamos, hoje, um excelente país socialista, regido pelos ensinos de Mark e Stalin? Talvez para estes que gozam da liberdade hoje, o que não acontece nos paises que vivem sob o regime, que os livres hoje gostariam que estivesse reinando aqui, o fim do nosso regime seria, para estes, uma solução.
    Sei que o exército, em nome da liberdade,quis, de maneira exacerbada, proteger a nossa nação, não queremos,de maneira alguma, esconder as práticas excessivas, porém, creio que hoje temos um país onde podemos expressar o que pensamos, mesmo os contrários, sem serem, no entanto, retaliados, em razão daqueles que deram o máximo de si acreditando, também, ser por uma "causa" justa. Colocar um ponto final e recomeçar, seria, talvez, uma forma de se reconstruir esta Nação,sem ódio, desejando que os atos praticados por ambos os lados não existissem mais. Lembrar e remuer o passsado sem um desejo de perdão é sofrer de novo e desejar continuar um mundo sem harmonia e paz, buscando, caso tivesse oportunidade, uma vingança, é o que se tem percebido no espírito daqueles que condenam a guerra fria.

    Maj Leonir Moraes
    CPRL - Feira de Santana.
    mleonir@uol.com.br

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