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quarta-feira, 1 de julho de 2015

PM assume escola tomada por violência e a transforma em modelo

 

Apesar de ter estudado no CPM em Salvador, de onde ingressei na APM e fui declarado Asp a oficial e galgando o posto de Coronel PM, sempre me posicionei contra a Policua Militar assumir os colégios públicos nas diversas cidades do estado. Achava que essa intervenção na educação ia de encontro a missão principal da corporação que é a manutenção da ordem e a segurança pública. Observava que havia um deslocamentos de dezenas de policiais militares para a atividades de ensino, reduzindo o já minguado efetivo para emprego no policiamento ostensivo. Hoje, com os resultados obtidos pelos alunos nos diversos CPMs no Brasil, onde o respeito à ordem , disciplina,  a ausência de violência, tóxicos e da absurda agressões a professores, me fizeram mudar de ideia. As classificações nas olimpíadas educacionais, no ENEM, demonstram que infelizmente estamos no caminho certo, já que a tradicional escola pública está falindo, devido aos baixos salários, desmotivação e principalmente pelo descontrole no comportamento dos alunos e da periferia.

Por  | Yahoo Notícias – ter, 30 de jun de 2015
Foto: Reprodução/O GloboFoto: Reprodução/O Globotv

As diferenças começaram nos muros. Antes inteiros pichados, agora dão espaço ao branco, ao azul e só. E não foram só as paredes que mudaram na Escola Estadual Professor Waldocke Fricke de Lyra, em Manaus. Depois que passou para as mãos da Polícia Militar, virou 3º Colégio Militar da PM Waldocke Fricke de Lyra e, junto disso, viu sua rotina mudar drasticamente. O desempenho dos alunos também mudou — e para melhor.

São 2 mil alunos dos ensinos fundamental e médio que passaram para as mãos da PM local em 2012, a pedido do governo estadual. O colégio fica em uma das regiões mais violentas de Manaus e registrava furtos, banheiros quebrados, brigas no pátio e trânsito livre de armas brancas. Os policiais mudaram isso com rotina rígida e uma gestão linha dura.

Para entrar, farda e horário rígido. para sair, só após a realização de todas as tarefas. Celular? A ordem é que ele fique sem bateria até a saída do colégio. Tudo isso sob a batuta do coronel aposentado Rudnei Caldas, que afirma ter encontrado resistência dos professores no início da implantação do novo sistema. Mesmo assim, ele não desistiu e manteve o que julgava melhor para a escola. Três anos depois, os alunos já estão completamente dentro da rotina extremamente rígida.

Quando passam, por exemplo, pelos policiais armados que atuam como inspetores, endireitam a coluna e batem continência. Dentro das salas de aulas, gritos de guerra são ouvidos antes das jornadas e distintivos de patentes são distribuídos para os donos das melhores notas. Uma indisciplina até é aceita, mas se reiterada, leva à expulsão. Em 2015, até maio, foram cinco alunos expulsos, média de um por mês — todos por não se adequarem à política do colégio. Os professores antigos, resistentes ao novo sistema, foram quase todos mandados embora e substituídos.

E as mudanças não são visíveis apenas na estrutura física do colégio e nas normas extremamente rígidas. De 2011 para 2013, a escola deu um salto no Ideb. O ensino fundamental passou de média 3,3 para 6,1. No ensino médio o salto foi de 3,1 para 5,8. Os novos coordenadores do colégio ainda se orgulham em afirmar que o índice de reprovação, de 15,2% em 2012, foi zerado em 2014. Alguns alunos ainda apareceram, de maneira inédita, entre os primeiros colocados nas Olimpíadas de Matemática das Escolas Públicas.

Quem também se adaptou às regras novas foram os professores. Uma das poucas remanescentes da administração antiga, Maria do Rosário de Almeida Braga, de 54 anos, afirmou ao jornal O Globo que não só os alunos têm exigências vindas da diretoria: os professores também. E, por isso, acredita ela, a imagem da escola e, principalmente, os desempenhos dos alunos, mudaram tanto nos últimos anos, tornando a escola modelo para o estado.

RAINHA ELIZABETH II HOMENAGEARÁ CORONEL DA PM DE SP POR IMPLANTAR MÉTODO INOVADOR NO ENSINO


O Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Maurício Weisshaupt Perez, foi homenageado em junho com  um certificado entregue diretamente das mãos da rainha Elizabeth II, no Castelo de Windsor, na Inglaterra. Ele será o primeiro coronel de polícia militar brasileiro a receber tal honraria. Tal feito se deve ao fato do Coronel ter sido pioneiro em implantar técnicas de ensino baseadas no respeito mútuo, companheirismo, voluntariado e no amor ao próximo. A técnica foi criada por ele e desenvolvida na Academia de Policia Militar do Barro Branco, principal referência na América Latina como Academia Militar de Oficiais. A idéia surgiu quando o Coronel Mauricio conheceu por meio do livro “o homem que ouve cavalos” de Monty Roberts (comumente chamado de o encantador de Cavalos ) que foi o pioneiro na técnica de doma racional, conhecida como “join up”, e explicava, em sua obra, como interromper o ciclo de violência normalmente aceito na doma tradicional do cavalo. Por intermédio do economista e escritor Eduardo Moreira, também homenageado pela rainha Elizabeth II, o Coronel conheceu Monty Roberts, que veio ao Brasil, em 2013, para conhecer o método inovador utilizado na Academia de Polícia Militar. Após o encantamento de Monty pela técnica do Coronel, ele o indicou a rainha que, muito impressionada com a técnica, decidiu homenageá-lo.

Os delegados vão ter que decidir

O delegado Orlando Zaccone diz que a indecisão de seus colegas entre a carreira policial e a carreira judiciária enfraquece a Polícia Civil. Orlando Zaccone. "Os delegados não sabem se estão ligados ao mundo jurídico ou ao mundo policial"

REDAÇÃO
 Orlando Zaccone, 50, é delegado da Polícia Civil desde 1999. Atualmente está lotado na 30° DP (Marechal Hermes). É conhecido por ser um intransigente defensor dos Direitos Humanos e do fim da Guerras às Drogas. Nesta entrevista, ele trata de outro tema polêmico. Para o delegado, seus colegas devem se decidir entre a carreira policial e a judiciária. “Os delegados não podem ficar nessa zona de conforto: reivindicam a sua carreira como jurídica, mas querem comandar a polícia sem pertencerem a carreira policial”, argumenta Zaccone
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 Qual é a importância do delegado na polícia hoje?
 Esta não é uma pergunta que pode ser respondida de forma simples. Hoje os delegados não sabem se estão ligados ao mundo jurídico ou ao mundo policial. A indecisão tem origem legal.  Ora os delegados são tratados como policiais, como é o caso da lei da aposentadoria compulsória aos 65 anos de idade. E, em outros casos, como no artigo 3° da lei n° 12.830, é indicado que o tratamento protocolar que deve ser dado aos delegados é o da carreira jurídica. Mas se nós não decidirmos se somos vinculados ao mundo jurídico ou se somos policiais, quem sai enfraquecida dessa indecisão é a Polícia Civil.

 Como essa indecisão afeta a instituição?
 Os delegados, muitas vezes, utilizam-se dessa indecisão para agir segundo os seus interesses corporativos. Se vinculam ao mundo jurídico quando estão discutindo a questão salarial, reivindicando um salário equivalente ao de juiz, por exemplo. Mas, ao mesmo tempo, quando se trata da posição de comando da polícia, não abrem mão dessa função. Os delegados devem se definir se são juristas ou policiais.

 Quais seriam os desdobramentos para a Polícia Civil; caso os delegados optassem definitivamente pelo carreira jurídica, ou pela carreira policial?
 Se  decidirmos nos integrar  ao mundo jurídico, o  delegado deve realizar a contenção do poder punitivo, atuando como uma espécie de juiz de instrução. Neste caso, obviamente,  seria justa a reivindicação dos nossos  salários,  benefícios e  prerrogativas serem equivalentes à dos juízes e promotores. Por outro lado, se a decisão for de nos integrarmos definitivamente ao mundo policial;  teremos que lutar por um sindicato único, abrir mão de nos compararmos ao mundo jurídico e exigirmos a melhoria dos salários da carreira  policial. Em outras palavras, salários de agentes e delegados regidos pela proporcionalidade. Mas a tática do  sindicato único não vai vingar,  se na hora da discussão de salário  não há unidade. Não adianta eu ser filiado ao Sindpol, como sou, se enxergamos delegado e agente como carreiras de naturezas diferentes. Eu acho que essa é a  questão que delegados e agentes devem discutir hoje.

Para que serve o cargo de delegado de polícia?
 Se o delegado passa a não ter mais atribuições jurídicas, como fica a exigência do diploma de Direito? Não existiria essa necessidade. Ou somos juristas e nos transformamos em uma espécie de  juiz de instrução, ou prescindimos do diploma jurídico e fazemos parte da carreira policial.  Como, por exemplo, é o caso argentino. Lá o comissário é o cargo máximo da polícia e o controle da atividade policial é feita pelo judiciário. Tanto que alguns juízes, aqui posso citar o Eugenio Zaffaroni, defendem que o único agente de justiça criminal que pode fazer contenção de poder punitivo é o juiz. Já no Brasil o delegado pode fazer  essa contenção. Os delegados não podem ficar nessa zona de conforto: reivindicam a sua carreira como jurídica, mas querem comandar a polícia sem pertencerem a carreira policial. Isso é o mundo de Deus sem Deus!
 Fonte: http://colpol.com.br/a7/?p=1258