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segunda-feira, 19 de março de 2012

Fiscalização de Trânsito


O jornal A Tarde, publicou. extensa matéria onde aborda as causas da tragédia  que atinge 186 mil jovens por ano, atribuindo a comportamento imprudente dos motoristas e motociclistas, a velocidade excessiva e o desrespeito a sinalização como os principais responsáveis dos acontecimentos. Lacônica e óbvia conclusão que navega por necessidade de engenharia de transito, campanhas educativas, policiamento, fiscalização, sinalização, construção de ruas e estradas mais seguras e etc. A verdade absoluta chama-se omissão do poder público aliada a uma legislação penal branda e ultrapassada que, ao contrário de inibir ações as estimula pela impunidade, apenações irrelevantes e lavratura de boletins de apresentação com a liberação imediata de condutores ainda que embriagados, sem habilitação, em cometimento de crime por dolo eventual.

O site In Bahia noticia a existência de 1.000.000 (um milhão) de veiculos, no Estado da Bahia, com o pagamento de IPVA vencido, sim, um milhão de veículos que não são licenciados anualmente por ausência absoluta de FISCALIZAÇÃO. Em um país onde a educação é colocada em um plano acintoso, onde o clientelismo e a politicagem barata domina os órgãos públicos, de um modo geral, onde se atendem os interesses absolutamente políticos em detrimento do interesse institucional, social, da população, não há uma consciência legal, não existe respeito as posturas e a legalidade porque os fatos e suas apurações esbarram nos apadrinhamentos e influências. A palavra de ordem é FISCALIZAÇÂO. Se não houver uma fiscalização rigorosa, imune as influências políticas e dos poderosos, se não houver uma destinação rigorosa a abordagem individual, a efetividade da aplicação das medidas punitivas, se não houver uma vontade política e social que puna, apreenda, suspenda e casse habilitação, penalize os criminosos não haverá campanha que dê jeito, os números das tragédias somente aumentaram.

Em um Estado e uma cidade, onde o DETRAN e a Transalvador são submetidos a caprichos políticos, cujos órgãos são utilizados como instrumento de campanha de aliciadores de votos, onde inexiste fiscalização e interesse não pode haver salvação. A Polícia Militar retirada da fiscalização de transito (aberração instituída pelo atual Código de Transito Brasileiro), deixando para os órgãos municipais, sem poder de polícia, tais atribuições somente concorre para este estado de coisa. Sem rigorosa fiscalização não há salvação, não há campanha educativa, engenharia de transito, policiamento e sinalização, sem fiscalização, não há salvação.
               
Um Estado que está em contingenciamento de recursos se dá ao luxo de permitir 1.000.000 (um milhão) de carros sem licenciamento, sim, um milhão de carros sem licenciamento.
                
Enquanto isto a Secretaria da Fazenda, órgão eminentemente arrecadador de recursos, não tem veículos para fiscalização. A Procuradoria do Estado, a despeito do esforço dos seus dirigentes, se apresenta sem estrutura, sem quadro de apoio, sem veículos suficientes, com um quadro defasado de procuradores (o concurso público se arrasta a mais de dois anos sem a sua realização) se vê sem condições de agilizar as ações judiciais, com todo o interior a descoberto. Isto é brincadeira.

Carlos Roberto Cláudio Brandão
                            
                                         

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