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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Segurança Pública: Gestão Equivocada – Problemas Existentes e Solucionáveis



Já há algum tempo questiono a política nacional dos governantes do PT, que insistem em trazer para dirigir as Secretarias de Segurança Pública estaduais, policiais federais, que apesar de bem formados e treinados, não conhecem a dinâmica dos crimes urbanos e a consequente mobilidade da segurança pública nas grandes cidades. Enquanto os crimes na área de sua competência se proliferam, verdadeiros exércitos de policiais federais são espalhados pelos estados, enquanto delegados civis, oficiais e peritos permanecem em funções secundárias, alheios a decisões, às vezes corporativas, tomadas nos gabinetes, e fora da realidade que aprendemos a viver. Sobre isso, leiam o post do Blog Gestão Estratégica em Segurança Pública tratando do assunto:





Em sua discussão com Nicomachides (Platão e Xenophon). Socratic Discourses, livro III,Capítulo 4, (Nova York: E.P. Dutton & Co.,Inc.,1910), diz-se que Sócrates fez as seguintes observações sobre administração: “ Digo que seja lá o que for que um homem venha a presidir, ele será, se souber do que necessita, e for capaz de consegui-lo, um bom presidente, esteja ele dirigindo um coral, uma família, uma cidade, ou um exército... Também não é um dever.... nomear as pessoas apropriadas para as diversas tarefas? ... Punir os maus, e premiar os bons... Assim sendo, Nicomachides, não despreze os competentes na administração de uma casa, pois a conduta de negócios particulares difere das de negócios públicos somente em magnitude; em outros aspectos, elas são semelhantes, mas o que deve ser observado é o fato de que nenhum deles pode ser gerido sem homens; e que os negócios privados não são administrados por uma espécie de homem, e os públicos por outra espécie; pois os que administram negócios públicos fazem uso de homens em nada distintos dos empregados por administradores de negócios privados; e os que sabem como empregá-los conduzem negócios privados ou públicos judiciosamente, enquanto aqueles que não o sabem erram na administração de ambos”.

Administração – Fundamentos da Teoria e da Ciência, Koontz – O’Donnell – Weihrich, 14ª Edição

Diz-se que existem tantas realidades quantos sejam os observedores. Do ângulo que estamos analisando chegamos à conclusão: Quem preside, dirige, comanda e não convive bem com sua base, rever os princípios da sua gestão sempre será salutar. Escolher profissionais conhecedores das atividades  a serem desenvolvidas - ‘The right man in the right place’ é o que se espera de um bom administrador.



A segurança pública brasileira no nosso entendimento ainda não encontrou o seu Norte visto que a criminalidade segue num crescendo ininterrupto, principalmente nos últimos anos, tanto no campo como nas cidades. Percebe-se claramente a ausência de políticas públicas mais arrojadas e, consequentemente, maiores investimentos, ensejando melhores estratégias, táticas e logísticas para fazer frente a situação.

Urge a adoção de um Pacto Federativo ou coisa semelhante, discutido com os segmentos emvolvidos na questão, sem perder de vista as idéias emergidas (princípios e diretrizes) da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública, até aqui esquecidas, estabelecendo quem faz o quê na segurança pública, com propostas claras, respaldadas na legislação e fertéis, evitando-se as relações erodidas entre governo, instituições, trabalhadores, pois os conflitos têm causa eficiente na falta de diálogo e quando isso acontece torna-se necessário um choque de gestão.   



No que pertine a Bahia, a segurança pública não tem sido feliz, com sucessivas crises,coincidindo com a indicação de Delegados Federais para a titularidade da Pasta. Percebe-se um revesamento dos indicados mantendo-se as equipes (colegas de instituição de origem), ditas de confiança, numa atuação mais reativa do que preventiva, quase nada criando, copiando ou adaptando formúlas sem eficácia comprovada de outros unidades da federação (Ronda nos Bairros e UPPs), sem avaliação profunda dos programas e projetos existentes, numa estratégia equivocada, alijando da maioria dos cargos chaves experientes policiais militares e civis. Enquanto isso, as nossas fronteiras carecem de defesa/segurança de qualidade para combater o contrabando de armas, tráfico de drogas etc.  No entanto, afirmamos tratar-se de profissionais formados para outra atividade, trilharam por carga curricular e conteúdos programáticos diferente, parceiros confiáveis, de idoneidade e inteligência inquestionéveis, pertencente a uma instituição com credibilidade a toda prova, prestadora de imprescindíveis e relevantes serviços para a vida nacional, merecedora de aplausos e elogios, mesmo a despeito da inexperiência de alguns, na condução de grandes contigentes – desvio de função. Enquanto isso, policiais civis  e militares (Oficiais, Delegados e Peritos do Departamento de Polícia Técnica), adredemente preparados/experientes e qualificados, exímios conhecedores das questões intestinais de cada município não são aproveitados para os cargos em questão.


Não temos a intenção de ferir quem quer que seja, mas basta  um estudo nos índices de Crimes Violentos, Letais e Intencionais (CVLI) e nos Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP) nos últimos anos para constatarmos o fato.

Um comentário:

  1. Será que se houvesse uma posição firme da cúpula da Policia Militar, leia-se coronéis, e da Polícia Civil, leia-se delegados da classe especial, o governo respeitaria as instituições? Acolher, prestigiar, reverenciar somente diminui a posição dos verdadeiros responsáveis técnicos pela segurança pública. Não busquem culpados, assumam a culpa.
    Roberto Brandão

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