domingo, 27 de março de 2011
Questões etárias na Hierarquia PM
Blog Abordagem policial
Autor: Victor Fonseca
Em diferentes instituições militares, geralmente com frequência anual, há a formatura de aspirantes-a-oficial, os quais são distribuídos em unidades para exercerem as funções para as quais foram formados, porém nem sempre esse processo que se inicia transcorre de forma pacífica, muitas vezes por conta de questões etárias.
Naturalmente, compreende-se que seja até instintiva a resistência à subordinação por parte de um militar que, por exemplo, já conte com 30 anos de serviço, mais de 50 anos de idade, larga experiência combativa acumulada, e se vê sob comando de alguém com apenas 21 anos. Mas, desde sempre, não é essa a regra? Por mais “desagradável” que possa parecer, é preciso cumprir o que a legislação estabelece.
No Judiciário, pode existir um juiz que aos 28 anos está investido numa função que lhe confere poderes suficientes para privar pessoas de sua liberdade, confiscar bens, fechar estabelecimentos, entre outras medidas legais. Poderá um ancião de mais de 80 anos desobedecer tal determinação, inspirando-se na sua larga vivência? Na Bahia, atualmente, o secretário de segurança pública tem 33 anos, ao tempo em que alguns coronéis contam com quase 60, mas nem por isso estão dispensados de acatar as diretrizes emanadas.
De volta ao cerne da questão militar, o que se propõe como cenário ideal é a humildade do recém-formado, assimilando a sabedoria da experiência acumulada por policiais mais antigos, sem deixar de cumprir com as devidas obrigações, sejam elas relativas à missão de fiscalizar e supervisionar ações, ou ainda de transferir os conhecimentos técnicos e teóricos que traz da recente formação.
Igualmente é necessário que o policial subordinado dê conselhos, sugestões, participe ativamente de situações e diligências em busca do melhor encaminhamento e desfecho, em vez de permitir o “vexame” a que todos estão expostos ao risco, sobretudo no início da carreira.
Não há o que se questionar da investidura no poder para, por exemplo, apurar feitos. A organização da sociedade não é tribal baseada na liderança do mais velho, mas sim a partir da capacitação obtida e da função assumida. Cabe a cada parte cumprir a missão, sem espaço para vaidades, em busca da melhor prestação de serviço. Superada essa barreira, muitos problemas são evitados e o benefício vem para todas as partes.
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