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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Galos velhos e galos novos

Nada nos impede de construir o novo, a não ser o nosso medo. E, inexoravelmente, a ousadia e a ausência de medo passa pelas reformas que o Brasil precisa como a reforma agrária, a reforma social, a reforma política, a reforma tributária e a reforma da segurança pública.
Nesse sentido, seguindo fielmente a premissa de que “em time que está ganhando não se mexe”, o Governo do Estado dá sinais de que uma enorme mudança está em marcha na segurança pública da Bahia, pois, se até pouco tempo atrás, os cargos que integram o seu alto comando eram cativos dos cabelos grisalhos, uma nova modalidade de dança de cadeiras está em pauta.
Em minhas inquietações sobre essas mudanças de sentido e os sentidos dessas mudanças, lembrei-me de um passado não muito remoto na história da segurança pública na Bahia que nem me lembro porque e de um texto do Dino Mocsányi, sobre disputa de poder envolvendo galos velhos e galos jovens.
Brincadeiras à parte, a lembrança da história dos dois galos nada tem a ver com a com a idade dos policiais em cargo de chefia, mas com o grande desafio que se lhes impõe, como líderes institucionais das forças de segurança do estado, em equilibrar os dois perfis: o da geração dos i-pods e o do grupo da época dos vinis, de maneira coerente e coesa.
Com baixa quilometragem, os policiais mais jovens são mais enérgicos, ávidos por mudanças, antenados e propensos aos riscos. Já os profissionais de segurança pública com mais tempo de estrada, normalmente, apresentam mais dificuldade com as mudanças, já que preferem mais segurança e estabilidade, tendendo a trabalhar de maneira mais sistemática e conservadora, sem grandes inovações.
Muitos profissionais experientes caem na armadilha de acharem que já sabem tudo, mas saber extrair o melhor do aprendizado nos cargos de comando, não tem a ver com faixa etária, pois o que se espera de um verdadeiro líder, transcendendo à questão da idade, é maturidade.
Como em qualquer mudança de paradigma, as resistências virão. Os “menudos” como são chamados “interna corporis” os integrantes dessa nova geração de líderes policiais agressivos e ultra qualificados despertam nos mais experientes, desconfiança e sentimentos de ciúmes, inveja e rivalidade reforçados pela frustração de não terem atingido posição similar de comando. Por outro lado, os mais jovens, ao julgarem-se imbatíveis, acabam tropeçando em seus próprios egos inflados.
Sem uma melhor compreensão da realidade organizacional, segurança no trato com conflitos e capacidade de empatia com os integrantes do sistema de segurança pública para devolver-lhes a motivação e a vontade de trabalhar, não será a idade que credenciará alguém como o facilitador para as coisas acontecerem,
De nada adiantarão as mudanças na faixa etária dos ocupantes dos cargos diretivos se não vierem acompanhadas de mudanças no atual modelo de gestão, baseado na nossa educação, cujas premissas são as de que um fala e o outro escuta e é o professor que tem todas as respostas prontas, acabadas. Transpondo para o mundo corporativo policial, fica assim: eu mando, você obedece – um sistema rígido, sem trocas e, principalmente, sem diálogo, onde o comandante, o chefe e o diretor, como os mestres, são os grandes oráculos. Mais do que nunca, é preciso trocar com a equipe. Caso contrário, haverá novas trocas, sim. De cargos.
Mas isso, como dizia Rudyard Kipling, é uma outra história e como toda história tem um fundo moral: Entre o velho e o novo, utilize a experiência e o conhecimento adquiridos no “velho” para aplicar ao novo!!!

Antonio Jorge Ferreira Melo é coronel da reserva da PM-BA, professor e pesquisador do Progesp (Programa de Estudos, Pesquisas e Formação em Políticas e Gestão de Segurança Pública) da Ufba, da Academia de Polícia Militar e da Estácio-FIB

3 comentários:

  1. Senhor Cel Brandão, sei que falastes que não ia mais postar nada ao nosso respeito (excedentes sd pmba/2008), mas que iria nos ajudar por fora. Porém hoje surgiu algo que me deixou muito abalado, creio que não só eu, mas como todos excedentes que esperavam uma nova turma. Como não temos a quem recorrer, gostaria de uma informação a respeito do acontecido. Veja o que saiu hoje no DOE:

    Adequar as contas públicas à realidade econômica
    Também será adiada a realização de concursos públicos. Aqueles já realizados serão mantidos e os candidatos aprovados chamados a assumir os cargos. Na pasta da Educação, 3.200 novos servidores serão efetivados, enquanto na Segurança Pública são esperados 509 soldados e 567 agentes penitenciários.

    http://www.egba.ba.gov.br/diario/DO17/DO_frm0.html

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  2. Boa tarde !!!
    Cel Brandão liguei hoje para o senhor, sobre a matéria do Diário Oficial da BA, falando da contratação de apenas 509 soldados.Segue anexado.
    Desde já muito obrigado pela sua atenção !!!
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    Adequar as contas públicas à realidade econômica

    Também será adiada a realização de concursos públicos. Aqueles já realizados serão mantidos e os candidatos aprovados chamados a assumir os cargos. Na pasta da Educação, 3.200 novos servidores serão efetivados, enquanto na Segurança Pública são esperados 509 soldados e 567 agentes penitenciários.

    "Nos primeiros quatro anos, tivemos o ingresso de 15 mil novos servidores em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança", lembrou Manoel Vitório.
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    http://www.egba.ba.gov.br/diario/_DODia/DO_frm0.html

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  3. cel nós agude por favor pois estamos em aflicao neste momento e só o senhor para nós agudar será que nossos sonho vai vera pesadelo seria mais de dois ano de espera para da com os burro na agua e nesse momento difil só o senhor para nós aguadr . mais se nao dê certo muito obrigado por tudo que o senho fez por todos os excedente.

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