|
A segurança Publica està precisando de exemplos, não de brigas intestina. Seus gestores têm que se preocupar com as ações eficientes, más tambem com o exemplo, retidão, coerencia e sobretudo, honestidade de carater. O que vimos no Rio de Janeiro é mais um capitulo que enlameia as corporações. O assassinato da Juiza Patricia Acioli, mostra claramente a existencia de uma "banda podre" que enriquece, em coluio com o trafico de drogas, proteção a quadrilhas e outros crimes. Precisamo urgentemete de uma corregedoria forte, agil e eficaz, que atue sem corporativismo e pirotecnia, más com pessoal treinado, compromissado com o Bem e que conheçam as corporações. Nao se pode ter no seu quadro, individuos que assumem cargos , fazem especializações, "aprendem" a conhecer as instituições e as abandonam por qualquer conveniencia ou deslize politico.
Por outro lado, temos que ter tambem, uma justiça forte, que coiba, puna exemplarmente àqueles que denigrem os orgãos de defesa social, e por isso têm que dar o exemplo. A declaração da Desembargadora Eliana Calmon, é mais um alerta para as transformações que devem ser feitas nos órgãos correicionais, na segurança publica e na propria justiça brasileira.
Leia o texto sobre uma opinião da atuação do STF.
Ter, 27 de Setembro de 2011.
05:46:00.
O GLOBO | OPINIÃO
JUDICIÁRIO | SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Um poder de costas para o país
MARCO ANTONIO VILLA
Justiça no Brasil vai mal, muito mal. Porém, de acordo com o relatório de atividades do Supremo Tribunal Federal
de 2010, tudo vai muito bem. Nas 80 páginas — parte delas em branco —
recheadas de fotografias (como uma revista de consultório médico),
gráficos coloridos e frases vazias, o leitor fica com a impressão que o
STF é um exemplo de eficiência, presteza e defesa da cidadania. Neste
terreno de enganos, ficamos sabendo que um dos gabinetes (que tem
milhares de processos parados, aguardando encaminhamento) recebeu “pela
excelência dos serviços prestados” o certificado ISO 9001. E há até
informações futebolísticas: o relatório informa que o ministro Marco
Aurélio é flamenguista.
A leitura do documento é chocante. Descreve até uma diplomacia
judiciária para justificar os passeios dos ministros à Europa e aos
Estados Unidos. Ou, como prefere o relatório, as viagens possibilitaram
“uma proveitosa troca de opiniões sobre o trabalho cotidiano.” Custosas,
muito custosas, estas trocas de opiniões. Pena que a diplomacia judiciária não é exercida internamente. Pena.
Basta citar o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de São Gonçalo.
Nenhum ministro do STF, muito menos o seu presidente, foi ao velório ou
ao enterro. Sequer foi feita uma declaração formal em nome da
instituição. Nada.
Silêncio absoluto. Por que? E a triste ironia: a juíza foi assassinada
em 11 de agosto, data comemorativa do nascimento dos cursos jurídicos no
Brasil. Mas, se o STF se omitiu sobre o cruel assassinato da juíza, o
mesmo não o fez quando o assunto foi o aumento salarial do Judiciário.
Seu presidente, Cézar Peluso, ocupou seu tempo nas últimas semanas
defendendo — como um líder sindical de toga — o abusivo aumento salarial
para o Judiciário Federal.
Considera ético e moral coagir o Executivo a aumentar as despesas em R$
8,3 bilhões. A proposta do aumento salarial é um escárnio.
É um prêmio à paralisia do STF, onde processos chegam a permanecer
décadas sem qualquer decisão. A lentidão decisória do Supremo não pode
ser imputada à falta de funcionários. De acordo com os dados
disponibilizados, o tribunal tem 1.096 cargos efetivos e mais 578 cargos
comissionados. Portanto, são 1.674 funcionários, isto somente para um
tribunal com 11 juízes. Mas, também de acordo com dados fornecidos pelo
próprio STF, 1.148 postos de trabalho são terceirizados, perfazendo um
total de 2.822 funcionários. Assim, o tribunal tem a incrível média de
256 funcionários por ministro.
Ficam no ar várias perguntas: como abrigar os quase 3 mil funcionários
no prédio-sede e nos anexos? Cabe todo mundo? Ou será preciso aumentar
os salários com algum adicional de insalubridade? Causa estupor o número
de seguranças entre os funcionários terceirizados. São 435! O leitor
não se enganou: são 435. Nem na Casa Branca tem tanto segurança. Será
que o STF está sendo ameaçado e não sabemos? Parte destes abuso é que
não falta naquela Corte. Só de assistência médica e odontológica o
tribunal gastou em 2010, R$ 16 milhões.
O orçamento total do STF foi de R$ 518 milhões, dos quais R$ 315 milhões
somente para o pagamento de salários. Falando em relatório, chama a
atenção o número de fotografias onde está presente Cézar Peluso. No
momento da leitura recordei o comentário de Nélson Rodrigues sobre Pedro
Bloch. O motivo foi uma entrevista para a revista “Manchete”. O maior
teatrólogo brasileiro ironizou o colega: “Ninguém ama tanto Pedro Bloch
como o próprio Pedro Bloch.”
Peluso é o Bloch da vez. Deve gostar muito de si mesmo. São 12 fotos,
parte delas de página inteira. Os outros ministros aparecem em uma ou
duas fotos. Ele, não. Reservou para si uma dúzia de fotos, a última
cercado por crianças. A egolatria chega ao ponto de, ao apresentar a
página do STF na intranet, também ter reproduzida uma foto sua
acompanhada de uma frase (irônica?) destacando que o “a experiência do Judiciário
brasileiro tem importância mundial”. No relatório já citado, o ministro
Peluso escreveu algumas linhas, logo na introdução, explicando a
importância das atividades do tribunal.
E concluiu, numa linguagem confusa, que “a sociedade confia na Corte
Suprema de seu País. Fazer melhor, a cada dia, ainda que em pequenos mas
significativos passos, é nossa responsabilidade, nosso dever e nosso
empenho permanente”. Se Bussunda estivesse vivo poderia retrucar com
aquele bordão inesquecível: “Fala sério, ministro!” As mazelas do STF
têm raízes na crise das instituições da jovem democracia brasileira. Se
os três Poderes da República têm sérios problemas de funcionamento, é
inegável que o Judiciário é o pior deles. E deveria ser o mais importante. Ninguém entende o seu funcionamento.
É lento e caro. Seus membros buscam privilégios, e não a austeridade.
Confundem independência entre os poderes com autonomia para fazer o que
bem entendem. Estão de costas para o país. No fundo, desprezam as
insistentes cobranças por justiça. Consideram uma intromissão.
MARCO ANTONIO VILLA é historiador e professor da Universidade Federal de São Carlos. | o |
Nenhum comentário:
Postar um comentário