Sexta, 22 de Junho de 2012 - 00:00
Governador despacha em Cachoeira a partir de segunda |Fotos: Secom
O governador Jaques Wagner (PT) despachará a partir desta
segunda-feira (25) até o dia 2 de julho em Cachoeira, a 111 km de
Salvador. Como acontece todos os anos, a sede do governo do Estado será
transferida para o município do Recôncavo baiano, ponto inicial da luta
pela independência da Bahia, em 1822. A chegada do chefe do Executivo
estadual é esperada com grande expectativa pela população, já que a
cidade abrigará o homem mais importante da Bahia e, consequentemente,
todos os aparatos de segurança serão empenhados para garantir a sua
integridade. Com isso, os cachoeirenses deverão ter sete dias garantidos
de paz. Isso porque no último mês, os moradores, acostumados com uma
cidade pacata, típica do interior baiano, passaram a conviver com
constantes ações criminosas consumadas em pleno centro da cidade e
durante o dia. Desde o início do ano até o momento, nove pessoas foram
executadas e houve 11 tentativas de homicídio, além de constantes
tiroteios em alguns bairros, o que têm levado pânico aos munícipes. Só
da última segunda (18) até esta quinta (21), quatro pessoas foram mortas
por armas de fogo, todas em pontos da região central do município e
ainda à luz do dia. Para a promotora de Justiça de Cachoeira, Luiza
Amoedo, o município está desassistido na área da Segurança Pública.
“Todos esses acontecimentos vêm evidenciando a falta de estrutura das
Polícias Civil e Militar, apesar dos empenhos dos representantes locais
dessas corporações. A falta de estrutura física e de efetivo têm
contribuído para o aumento da violência. A cidade conta apenas com cinco
policiais militares por dia para patrulhar uma área turística de quase
400 quilômetros quadrados, com distritos importantes em termos de
população e de patrimônio artístico e cultural, mas que estão totalmente
desprotegidos em razão da falta de policiais e de viaturas em números
suficientes”, alertou, em entrevista ao Bahia Notícias. Ainda segundo a
promotora, não há delegado e nem escrivão plantonistas nos finais de
semana. “A delegacia fica praticamente fechada, inclusive os autos mais
simples, como registros de ocorrências e lavratura de flagrantes, têm
que ser encaminhados para Santo Amaro, a 40 quilômetros de distância”,
criticou. Nesta quarta (20), os moradores chegaram a fechar a ponte que
liga Cachoeira a São Félix, em protesto contra a violência e a falta de
segurança. “Alguns pontos turísticos deixaram de abrir aos sábados e
domingos porque sustentam que não têm segurança para os acervos. As
igrejas deixaram de abrir para a visitação porque a Arquidiocese
argumenta que não há segurança. Então, a comunidade e os turistas deixam
de ter acesso a esses patrimônios e a cidade perde com isso”, lamentou.
Antes da chegada do governador Wagner, Cachoeira realiza o São João que começa nesta sexta (22) e vai até domingo (24). A Polícia Militar garantiu aumento do efetivo, mas segundo a promotora, a população está assustada e teme o aumento ainda maior da violência durante o período de festas. “Grandes atrações como Chiclete com Banana, Calcinha Preta e outras se apresentarão no São João e há um temor com esta situação. A polícia garantiu o reforço na segurança e estamos aguardando para que a semana de horror que a população enfrentou não se repita”, cobrou.
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