Postei ha dias atras, um comentário sobre a adoção pela PM do Rio de Janeiro do programa Policia Pacificadora,que vem mudando o conceito de atuação de Policia naquele Estado. O Sociologo Ildes Ferreira escreveu sua opinião:
SEGURANÇA PÚBLICA É TAREFA DE TODOS
Enquanto a sociedade - e principalmente os órgãos do Estado - entenderem que segurança pública é uma mera questão de polícia, não haverá avanços significativos. Podem até reduzir os índices da violência (número de homicídios, assalto a mão armada etc.), mas os cidadãos continuarão sentido-se inseguros e desprotegidos. É preciso, então, desconstruir o conceito de segurança pública que acaba culminando com o desejo da sociedade de uma polícia carcará que deve "pegar e matar". Esse é o caminho mais fácil e mais cômodo para a sociedade que transfere toda responsabilidade para os órgãos de repressão do Estado. Mas esse caminho de "pegar e matar", além de equivocado, é absolutamente ineficiente. A fábrica do crime cntinua a todo vapor, produzindo novos criminosos e despejando na sociedade. Mas construir um novo conceito de segurança pública passa, necessariamente, por mudanças no aparelho do Estado e, principalmente, no aparelho policial. É preciso redefinir o papel do policial que só aprendeu a autuar, a reprimir. Ele não sabe agir preventivamente. Ou se omite, ou aplica a repressão. Parece que a "Polícia Pacficadora" do Rio de Janeiro começa a dar alguns passos na reconstrção da cultura do policial que precisa entender que, antes de qualquer coisa, ele existe para proteger os cidadãos e cidadãs. Precisa abdicar da prepotência que normalmente carrega - que leva a frequentes casos de abuso de autoridade - para ocupar uma posição de parceiro das pessoas; de igual; de alguém que, antes de qualquer coisa, é um amigo, uma pessoa querida na comunidade, invertendo-se o quadro atual onde, via de regra, o policial é odiado ou, quando muito, tolerado. Mas ter uma polícia pacificadora e cidadã só será possível com o comprometimento ativo de todos os comandantes, em toda a hierarquia, do goernador do Estado ao comandante de um pelotão. Se for inciada uma prática diferenciada, com o envolvimento e comprometimento de toda a hierarquia que conduz os comandados, poderemos ter, no futuro, uma política de segurança pública eficaz, assumida conjuntamente pelos órgãos de segurança e pela sociedade.
Ildes Ferreira
Sociólogo
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